quarta-feira, 8 de maio de 2013

Só 1/4 acha que ingresso será mais barato

Os ingressos de espetáculos em São Paulo são considerados caros ou muito caros por 68% dos paulistanos ouvidos pelo Datafolha. E só um quarto deles acredita que os preços dos bilhetes irão cair caso um dos projetos em lei atualmente no Congresso venha a ser aprovado.

Entre os entrevistados na pesquisa, 35% acreditam que as leis que limitam em 40% a meia-entrada nas bilheterias de eventos culturais e esportivos não trarão mudanças nos valores os ingressos.
Outros 34%, mais da metade deles hoje tem carteira de estudante, opinam que as entradas para essas atividades ficarão ainda mais caras.

Produtores culturais e empresários ouvidos em recentes reportagens da Folha sobre a meia-entrada declararam que o atual preço dos ingressos é inflacionado por conta do excesso de vendas com descontos.

O preço de um ingresso diário para o festival Rock in Rio, por exemplo, custava em 2001 o que seria equivalente hoje a R$ 92 (valores atuais), e sai por R$ 260 para a edição de 2013, Marcada para setembro. "Hoje se pratica 'um preço falso'", declarou o ator Odilon Wagner, presidente da Associação de Produtores Teatrais Independentes.

CULTURA DE SP EM NÚMEROS

"Se quero ter um tíquete médio de R$ 100 no meu bolso, cobro do consumidor R$ 200 porque sei que praticamente todos do público são estudantes", diz Leo Ganem, presidente da Geo Eventos.
Evaristo Martins de Azevedo, ex-presidente da comissão de Direito às Artes da OAB-SP, teme que, com essas novas regras, os consumidores fiquem reféns da suposta transparência de bilheteiros.

"O público pode ficar sem saber se o limite de meias-entradas foi realmente atingido. Além disso, não se pode restringir os direitos do idoso à meia-entrada e eu acho dificílimo que os preços caiam em razão desse limite."

Para alguns entrevistados, o alto índice de ingressos vendidos com desconto é incrementado pela falsificação de carteiras de estudantes.

Apenas 3% dos entrevistados pelo Datafolha disseram que já usaram um documento falsificado, com maior incidência entre aqueles que declaram ter ensino superior e renda familiar acima de 10 salários mínimos.

Quando a questão é "alguém com quem você convive ou tem amizade já usou carteira de estudante falsificada para pagar meia-entrada" a resposta positiva sobe para 15% dos entrevistados.

A falsificação do documento é considerada "moralmente errada" pela maioria absoluta (93%) dos entrevistados, sendo que 3% não consideram esta uma questão moral e outros 3% defendem que o ato é aceitável.

Em 06/05/2013, por Cassiano Elek Machado, para o jornal Folha de São Paulo.

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