sexta-feira, 29 de junho de 2012

As Viagens de Gulliver

Já falei em outros posts das características dos filmes de Jack Black. E, em As Viagens de Gulliver essas características ficam ainda mais destacadas. A verdade é uma só, dificilmente você verá um filme de Jack Black que não tenha a cara de Jack Black.

Seu jeitão metido a ator, cantor, apresentador, dono do mundo, tudo reunido em uma só pessoa, é sua característica primária. Tudo além disso poderia ser considerado talento. Mas confesso que poucos foram os momentos de inspiração, que fizeram com que ele saísse desse "personagem" dentro dos seus papeis.

E é seu jeito que acaba levando (ou nem tanto) a produção. Fato é que, na verdade, a história, pouco tem a ver com o conto clássico, mas mesmo que tivesse, teria sido desconstruída, na intenção de modernizá-la, que foi mais ou menos o que tentaram.

Não se trata de um filme espetacular, está longe disso, mas é uma produção que ocupa bem o momento de uma sessão da tarde. Existem efeitos interessantes, alguns bem divertidos, mas no geral, a dinâmica do filme e a velocidade da sua narrativa acabam contribuindo para o enfraquecimento da trama. O que eu quero dizer é que o filme é muito rápido, no ritmo alucinante que o próprio Black costuma impor às produções nas quais participa, e isso tira um pouco do romantismo do filme, do ato de contar história. Quando você estiver tentando entender alguma passagem, o filme já estará em outro momento. Então a ideia é assistir o filme sem pretensões.

O filme é uma versão pouco fiel do clássico da literatura britânica As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift. No filme, Llemuel Gulliver (Jack Black) é um resignado entregador de correspondência de um jornal de Nova York que tem a chance de mudar de vida quando é enviado para o Triâgulo das Bermudas com a missão de escrever um texto sobre a viagem. No entanto, ao chegar lá seu barco é tragado por um turbilhão d’água que o leva para a fantasiosa ilha de Lilliput, habitada por seres humanos diminutos. A estada na quimérica ilha leva Gulliver a repensar seu jeito de ver o mundo à sua volta.
Trata-se de uma produção que investiu forte nos efeitos especiais, até pela tecnologia 3D que o cinema podia oferecer na época de seu lançamento. Com um elenco esforçado, que é liderado por Jack Black que mistura em seu protagonista Nacho Libre, com um pouco de Escola do Rock, e até um pouco de Kung Fu Panda e Trovão Tropical. É um filme que oferece um entretenimento limitado, mas mesmo assim, razoável para uma matinê descompromissada. Tenta colocar como pano de fundo de seu roteiro algumas lições de moral, mas funciona muito melhor se você não prestar atenção a nada disso. Assista sem pretensões.

FICHA TÉCNICA

Diretor: Rob Letterman
Elenco: Jack Black, Jason Segel, Emily Blunt, Amanda Peet, Chris O'Dowd.
Produção: Jack Black, Ben Cooley, John Davis, Gregory Goodman
Roteiro: Joe Stillman, Nicholas Stoller
Fotografia: David Tattersall
Trilha Sonora: Henry Jackman
Duração: 93 min.
Ano: 2010
País: EUA
Gênero: Comédia
Cor: Colorido
Distribuidora: Fox Film
Estúdio: 20th Century Fox Home Entertainment / Davis Entertainment / Electric Dynamite
Classificação: Livre

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