segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Balanço 2011



Acompanhei nos últimos dias uma conversa que se espalhou por alguns blogs e entre os aficionados. Afinal de contas, o cinema em 2011 atingiu suas expectativas? E mais do que isso, as produções para a TV podem ser consideradas como um melhor entretenimento?

Alguns detalhes precisam ser apontados. Primeiramente, eu acredito que nunca antes, na história, o cinema produziu tantas sequências e remakes. Até aí, nenhum problema. Mas é sabido que foram contados os casos em que a continuação esteve à altura de um primeiro episódio. E no caso de remanufaturas, quer seja pelo aspecto histórico, quer seja pelas adaptações do roteiro à realidade atual, é muito provável que um filme baseado em produções antigas se mantenha na beirada do precipício, com uma chance muito grande de queda.

A saída? Apostar em super-heróis. Todos gostam de pessoas com super poderes e a chance de ganhar muito dinheiro é muito grande. Porém, quase nenhum super personagem consegue ter o apelo necessário e chegar ao gosto popular. Exceto por Batman, Homem de Ferro e, muito atrás, Homem Aranha, a nova safra é muito fraca sem sentido. Hellboy, Superman, Thor, Hulk, Capitão América, Demolidor, Besouro Verde, Lanterna Verde, e outros tantos que nem mereceriam o nome de super, simplesmente não chegam lá. Apostam nas continuações. Ou nos eternos reinícios.

Acho que essa falta de roteiros inteligentes acaba afastando as pessoas dos cinemas. Mesmo que o cinema tenha batido muitos recordes de audiência nos últimos anos. A questão é que se tornou uma exigência assistir os últimso blockbusters, ou você acaba ficando por fora na coluna cultural.

Até as animações, cuja qualidade, ao menos em minha opinião, ainda supera de longe muitos filmes da atualidade, também caíram na mesmice. Apelam para o sucesso do passado, para o que já foi. Não que isso seja errado, mas esses filmes acabam caindo naquela seleção de produções pra se assistir em casa, para o caso de não serem tão bons.

Os filmes ganhadores do Oscar também não surpreendem. Claro que são capazes de produzir algo como O discurso do Rei, que é um filme muito acima da média, mas não chega a ser AQUELE filme fantástico. Confesso que dentre os selecionado para o prêmio, é o que mais me chamou a atenção, mas os concorrentes não eram tão brilhantes assim.

E a TV, o que produziu de novo? A TV teve um boom de séries consideradas como grandes produções. Associadas a grandes produtores e diretores, ou ligadas a algum grande estúdio. Destaques? Game of Thrones, Spartacus, e outros tantos. E essa nem chega a ser uma novidade. A TV a cabo sempre investiu em séries. Mas com formato de TV (baixa qualidade e histórias simples). Dessa vez a coisa mudou de figura. E apoiada em roteiros de qualidade, investiu forte na qualidade das séries, com produtos muito acima da qualidade normal.

Mesmo as novas tecnologias, como o 3D, não foram de todo bem aproveitadas. Simplesmente porque não é possível usar a tecnologia em qualquer produção, e o custo, tanto de produção como pra quem assiste, acaba não compensando. Além disso, existe todo um conjunto de detalhes técnicos bobos que acompanham os filmes feitos dessa maneira. O uso dos óculos, com sua higienização, é algo trabalhoso, e não são todos os filmes cujo resultado final fica perfeito ou agrada em cheio. É ainda uma tecnologia em desenvolvimento, mas a exploração exagerada pode enterrá-la antes da hora.

Comparar comparar uma produção feita para TV com a de cinema é um risco grande, e cada uma delas tem o seu público específico, mas a questão aqui é mais quanto a qualidade do entretenimento como quanto à questão de escolha. Roteiros fracos, personagens sem apelo, remakes e continuações intermináveis não são o tipo de características que se busca em um evento de diversão individual ou para toda a família. Nesse ponto, devo concordar com os sériemaníacos... as produções para TV conseguiram empatar e até ganhar uns pontos extras no ano que passou.

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