quarta-feira, 4 de maio de 2011

Muito mais do mesmo...





Acabo de ver uma relação de filmes a serem lançados nos próximos meses... comparo com uma lista de filmes lançados nos últimos meses... e pergunto: por que o cinema tem dado chance a tantas continuações e remakes? Isso tem acontecido tanto, e a fórmula é tão conhecida, que até desanima. Antes ainda, pelo menos no caso dos remakes, eram histórias ou produções de mais de 30 anos atrás. Agora, estão recorrendo a filmes dos anos 90. Filmes que já foram sucesso de bilheteria. Que já provaram seu valor e, em alguns casos, entraram na história do cinema.



As continuações também não ficam atrás. Você alguma vez imaginou que precisaria esperar até 10 anos para saber o fim de um filme? Pois é isso mesmo que acontece em algumas vezes. Harry Potter é uma saga desse tipo. Foram 6 filmes, um por ano, e no último capítulo, decidiram dividir o cara em vários pedacinhos. E já planejam lançar depois mais um explicando como tudo começou. O mesmo para O Senhor dos Anéis. A trilogia seguiu 3 anos e, quando inventaram de apresentar a história que deu início a tudo, rolou uma espera de mais de 8 anos (O Senhor dos Anéis: O retorno do Rei foi lançado em 2003), e decidiram que a última parte (que na verdade é a primeira) será dividida em outras tantas, cada uma delas lançada em anos diferentes.



O camarada do marketing dirá que isso é um jeito de ganhar um pouco mais de dinheiro. Esticar ao máximo o sucesso de algumas produções, e reaproveitar a fórmula daquelas que já deram certo, com uma nova perspectiva, novos efeitos, mais investimentos. Tá legal... eu entendo que o comercial é a alma do negócio, mas como esperar aquela sensação do "novo", que muitas vezes só o cinema é capaz de proporcionar? E mais, para muitos daqueles que viram as versões originais, ou assistiram os episódios iniciais dessas multitripologias, novas filmagens e continuações intermináveis só servirão para comparações e críticas ao novo. Sim, porque muitas vezes o capítulo seguinte não chega aos pés da produção inicial. E muitas vezes, a regravação abandona elementos e detalhes que fazem toda a diferença.



Alguns casos podem ser considerados hors concours, como os filmes de super heróis e, na melhor das intenções, até alguns filmes de terror (embora ninguém mereça ver a décima sétima continuação de Sexta Feira 13).



O que fazer então quando a situação é parecida com a de Crônicas de Nárnia? A história é dividida em 7 livros. Nos cinemas, a primeira versão foi lançada cheia de pompas em 2005, mas não agradou gregos e troianos. A continuação, lançada 3 anos depois, não agradou gregos. O terceiro episódio, lançado 2 anos depois do segundo, não agradou os poucos troianos que restaram. E por isso mesmo, existe uma grande chance de não gravarem os outros 4 episódios. O que fazer?



Outro exemplo interessante é o da hexalogia de Star Wars. Os 3 filmes finais (que contam o final da história) foram lançados antes dos filmes iniciais (que contam o início da história) com uma diferença de mais de duas décadas. O resultado foi percebido na qualidade dos filmes, e na opinião dos fãs. Obviamente, os filmes mais antigos foram muito superiores, embora os mais recentes tivessem mais efeitos e recursos.



A lista de regravações e continuações é extensa, não cabe listá-los por aqui, mas muitas vezes o espectador fica preso a essa mesmice do cinema, já que o que é "diferente" pode muitas vezes ficar de fora do circuito comercial das redes de cinema e somente ser lançado em DVD. Mais do que isso, o espectador acaba sem opções e precisa fazer número nos lançamentos de grandes blockbusters. Mais do que qualidade, seria importante haver condições de uma escolha justa.



A questão principal, por aqui, não é nem a de qualidade das novas produções, mas oferecer conteúdos e histórias diferentes e que apresentem, de fato, novas perspectivas do mundo à nossa volta, sem nos enclausurar numa sala lotada de cinema só porque se tornou febre assistir a trigésima primeira versão de determinado filme, só porque agora ele tem 1 minuto e quarenta e dois segundos de cenas extras. E você, o que acha dessa febre de remakes e continuações no cinema?


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