quinta-feira, 3 de março de 2011

As influências do Oscar


Acho curioso o efeito causado pelo Oscar nas pessoas. Antes de mais nada é importante deixar claro que o evento, em anos anteriores, era muito mais charmoso. Não que tenha perdido seu glamour. Apenas tornou-se mais comercial do que deveria, com muitas paradas desnecessárias e divulgação explícita de bens de consumo (moda e joalheria), quase que parecendo um canal de compras.

De qualquer forma, quando um filme ganha o Oscar, ele ganha mais do que isso, como uma condição especial. Como se fosse um dever assisti-lo. E os espectadores caem nessa. Ganhou? Então é bom!

Claro que muitos filmes premiados são interessantes, mas a crítica deve servir para incitar as pessoas a assitirem uma produção, apresentando argumentos que justifiquem essa decisão, e não exigir que todos já o julguem como um ótimo filme ou um longa imperdível. O vencedor do Oscar de Melhor Filme em 2010, Guerra ao Terro, por exemplo, é um dos filmes mais sem graça que vi nos últimos tempos, porém ganhou o prêmio, e com isso se tornou um daqueles filmes que deve ser assistido.

O que acontece, é que as pessoas justificam a audiência de um filme ao fato de ele ter ganho o prêmio. Todos estão assistindo... por que? Porque ganhou o Oscar. Mas afinal de contas, o filme realmente é bom?

Com isso, a distribuição de DVDs também agradece. O que se percebe é que locadoras e lojas enchem seus espaços com filmes vencedores, e quase não sobra lugar para aqueles que nem sequer competiram. O mesmo acontece nas salas de cinemas. Aquele filme que ganhou o Oscar fica semanas em cartaz, enquanto alguns outros quase passam despercebidos.

Por fim, é criado um culto ao filme do caneco, mas os bons filmes, de fato, muitas vezes não são comentados e acabam esquecidos no limbo da sombra do Oscar. Para o evento, sobra o espetáculo cheio de pessoas lindas e exuberantes, com discursos prontos, piadas desajeitadas, e em muitas das vezes, um exagerado sentimentalismo, sem contar a cara de surpresa daqueles que nem imaginavam que poderiam ganhar o prêmio. Será?

Em tempo... vale o destaque (não necessariamente positivo) para a dupla responsável pelos comentários, Rubens Ewald Filho e Chris Nicklas e a tradutora oficial na versão brasileira (me perdoe, mas não consegui encontrar o nome dela). Será que não é hora de uma reciclagem? Ou quem sabe dar uma mudada? Não sei quanto a vocês, mas na minha opinião, a já cansativa premiação do Oscar fica ainda mais chata com esse trio. Mesmo sendo grande fã do trabalho de Rubens, acho que ele poderia ser mais solto e fugir um pouco do roteiro quadrado do evento.


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