quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

No velho oeste ele nasceu...


Nunca acompanhei as histórias em quadrinhos de Jonah Hex, e acredito que em uma época onde os filmes costumam ser moderninhos e tecnológicos, e os filmes de faroeste melados e românticos, saber de um que desponta desse horizonte repetitivo é um alento. Mas Jonah Hex não atende as necessidades dos amantes de uma boa produção de bang bang.
Na verdade, apesar de ser um filme de faroeste, ele é bastante moderninho, com efeitos especiais interessantes e cenas de luta bem desenvolvidas, mas retoma a velha máxima de vingança a qualquer preço que, quando conseguida, deixa a impressão que a história não tem mais sentido algum.
O tom sombrio do filme é um destaque. Os filmes de faroeste costumam ser muito claros, empoeirados, mas reluzentes. E é nesse viés que trabalham todas (ou pelo menos a grande maioria) as adaptações de HQs. Adotar um tom escurecido, que explore a falta de elementos visuais bem identificados. O melhor exemplo disso é Sin City. E até mesmo Batman e Homem de Ferro já enveredaram para esse caminho. Esse elemento quebra um pouco a sensação de estarmos assistindo um filme de bang bang.
O caso, aqui, é que Jonah Hex não chega a ser uma produção de faroeste, embora explore elementos desse estilo, e até se passe nesse tipo de cenário. O teor do malfeitor vingador também é parecido com o dos Clint Eastwoods desses filmes, mas as comparações acabam por aqui. No mais, a história tenta agregar elementos modernos aos de época, e confunde um pouco o espectador.
Na história, Jonah Hex (Josh Brolin) é um caçador de recompensas caracterizado pela metade do rosto desfigurada e pelo uniforme do exército dos Confederados (da Guerra Civil Americana). John Malkovich (A Troca) interpreta o vilão Turnbull, o rico proprietário de uma fazenda no sul dos EUA que culpa Hex erroneamente pela morte de seu filho e, claro, busca vingança.
Da parte do elenco, John Malkovich se destaca por ser um exímio vilão. Talvez até por eu gostar de vê-lo como tal. Já Josh Brolin e a musa Megan Fox não acrescentam muito com as suas fracas atuações.
É um filme interessante, com bons efeitos, cenas de luta e tiro, e que até tenta algumas sacadas divertidas com seus diálogos. Não chega a ser tão bom quanto outras adaptações (não julgando aqui a relação com o original dos quadrinhos), mas é um bom entretenimento. É uma produção pra ser assistida sem muitas exigências, por isso mesmo prepare-se para algumas cenas absurdas. Se você é fã desse estilo, provavelmente se divertirá bastante.
FICHA TÉCNICA
Diretor: Jimmy Hayward
Elenco: Megan Fox, Josh Brolin, John Malkovich, Michael Fassbender, Will Arnett, Julia Jones, Michael Shannon, Aidan Quinn
Produção: Akiva Goldsman, Andrew Lazar
Roteiro: Brian Taylor, Mark Neveldine
Fotografia: Mitchell Amundsen
Trilha Sonora: Marco Beltrami, John Powell
Duração: 81 min.
Ano: 2010
País: EUA
Gênero: Western
Cor: Colorido
Distribuidora: Warner Bros.
Estúdio: Legendary Pictures / Mad Chance / Weed Road Pictures

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